19 Março 2024

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Erupção Vulcânica: Tremores vulcânicos constituem elementos intrigantes no quadragésimo dia da erupção

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Actualizado a 02/01/2015, 09:38 São Filipe, 02 Jan (Inforpress) – A ocorrência de sismos vulcânicos e emissão de gases constituem elementos perturbadores da actividade vulcânica, estando os técnicos que estão a monitorizar a erupção atentos a estas situações no quadragésimo dia após o início da erupção. O especialista na área de vulcanologia, que integra a equipa do Consórcio C4G composta por várias instituições de Portugal, nomeadamente sete universidades e três laboratórios do Estado, João Fonseca, responsável pelo funcionamento dos equipamentos instalados no final de Novembro, disse à Inforpress que, desde o dia 28 de Dezembro, têm aumentado os tremores vulcânicos com intensidade inferior aos registados no início da erupção. Paralelamente aos tremores, conforme explica, tem-se registado a emissão de gases e alguma explosividade sem emissão significativa de lavas, mantendo assim a situação nos últimos dias. “Os tremores até podem corresponder à fase final da erupção”, justificou João Fonseca, Professor do Instituto Superior Técnico de Lisboa e que desde 1992 acompanha o vulcão do Fogo, anotando que “não se pode excluir também uma reviravolta na erupção e o aumento de intensidade até ao término da erupção”, razão pela qual é necessário estar atento e vigilante, acompanhando o vulcão que é imprevisível. João Fonseca vai percorrer a costa leste da ilha do Fogo até aos Mosteiros para a recolha de dados nos vários equipamentos instalados, nomeadamente 10 estações sismógrafas e sete estações geodésicas, sendo uma grande parte no exterior da Chã das Caldeiras. Segundo Nadir Cardoso, da equipa da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), que está a fazer a monitorização da actividade vulcânica, é normal a ocorrência de tremores nesta fase de erupção, indicando que, em relação aos dois últimos dias, hoje a situação encontra-se estável e as frentes do Ilhéu de Losna estão praticamente estacionárias. A seu ver, continua-se a registar a emissão de gases, seguida de explosões e emissão de material piroclástico, mas também de emissão de gases e de vapor de água. Nadir Cardoso acredita, por isso, que a actividade vulcânica caminha para o seu fim e assegurou que a medição de gases aponta neste sentido, tendo-se registado, nos últimos dias, o valor mais baixo destes dias, por volta de 1.200 toneladas de dióxido de enxofre, valor muito inferior ao registado nos primeiros dias em que chegou a 11 mil toneladas/dia. O trabalho de equipa da Uni-CV concentra-se, nesta fase, mais na medição e tratamento dos dados relacionados com a emissão de gases, quer no interior como no exterior da Caldeira, salientou a especialista. JR Inforpress/Fim

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