19 Março 2024

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Erupção Vulcânica: Especialista inteira-se do impacto da erupção na comunidade da ave Gon-gon

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Actualizado a 24/12/2014, 16:48 São Filipe, 24 Dez (Inforpress) – Um especialista da Universidade de Barcelona (Espanha), que desde 2007 desenvolve pesquisas sobre Gon-gon, encontra-se no Fogo para avaliar o impacto da erupção vulcânica na comunidade desta espécie que nidifica na Bordeira de Chã das Caldeiras.   Jacob Salvatore, professor de Zoologia da Universidade de Barcelona que anualmente faz o seguimento ecológico desta espécie juntamente com técnicos do Parque Natural do Fogo (PNF), através de monitorização dos ninhos de Gon-gon, disse à Inforpress que aparentemente a erupção “não terá impacto negativo” nesta espécie. O especialista, que passou a noite de terça-feira na Bordeira para monitorizar as actividades desta ave, disse que a população de Gon-gon “está normal, faz as suas actividades nesta época de reprodução”, e que vai continuar a monitorizar “um pouco mais” as suas actividades, visitar os ninhos, que com os tremores poderão ter ficado danificados, e a área de nidificação. Segundo Jacob Salvatore, a erupção vulcânica não acontece a cada dia e por isso não se pode saber se terá ou não impacto directo, anotando que é por esta razão por que se encontra na ilha por um período de uma semana, para ver se a erupção teve ou não efeito ou impacto negativo na comunidade de Gon-gon. Conforme explicou “coisas do género não são normais e podem afectar” já que o barulho e a luz podem fazer com que os animais “não sintam seguros”. Jacob Salvatore disse que a população de Gon-Gon que vive na Bordeira de Chã das Caldeiras é estimada em cerca de 250 animais, incluindo os não reprodutores, observando que em termos de casais o número é inferior a 100. O especialista da Universidade de Barcelona disse que estão a monitorar seis a sete ninhos, mas que existem muito mais mas em sítios inacessíveis e que pelos modelos de captura e recaptura podem o numero de casais é inferior a 100. Este ano a Bird Life Internacional entidade máxima na classificação das aves, reconheceu a Pterodroma feae “ Gon-gon” como uma espécie endémica de Cabo Verde, na sequência dos trabalhos de monitorização desta ave marinha na área do Parque Natural do Fogo. Antes da realização da monitorização e investigação desta espécie, iniciada em 2007, através da parceria com a Universidade de Barcelona (Espanha), o Gon-gon (Pterodroma feae) era tida apenas como uma subespécie endémica de Cabo Verde (Pterodroma feae. Todo o trabalho de monitorização e investigação é liderado pelo Parque Natural do Fogo (PNF) em parceria com a Universidade de Barcelona que assegura o suporte técnico e científico e com Associação de Montinho (Chã das Caldeiras) que garante o suporte na monitorização e sensibilização, sendo que desde o início dos trabalhos (2007) até esta data foram anilhados 140 indivíduos de Gon-gon (ave marinha migratória que permanece em terra só no período de reprodução, de Dezembro a Março). Dos indivíduos anilhados, 30 foram assinalados em 2014, durante a campanha de monitorização de adultos na Bordeira. O director do PNF, Alexandre Rodrigues mostra-se satisfeito com esta missão de avaliação dos impactos de erupção vulcânica, anotando que outras missões do género serão realizadas para avaliação do impacto nas outras espécies de aves e de plantas endémicas existente em Chã das Caldeiras. Além da Ilha do Fogo, a ideia, a nível de Gon-gon. É replicar a experiencia adquirida pelos técnicos do PNF nas outras ilhas onde existe população de Gon-gon como Santiago, onde já se iniciou os trabalhos na Serra Malagueta, S.Nicolau e Santo Antão. JR Inforpress/Fim

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