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Erupção Vulcânica: Fala-se em reconstrução da ilha porque as infra-estruturas não serão reconstruídas apenas em Chã das Caldeiras - JMN

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Actualizado a 24/12/2014, 08:38 São Filipe, 24 Dez (Inforpress) – O primeiro-ministro, José Maria Neves, explicou terça-feira o porque do governo tem optado por falar em reconstrução da ilha do Fogo e não de Chã das Caldeiras, único ponto destruído até este momento pelas lavas da erupção vulcânica. Questionado se ao falar da reconstrução da ilha do Fogo não se está a transmitir uma ideia de que vários pontos da ilha foram atingidos pelas lavas, José Maria Neves explicou que como ainda não se tem a dimensão de todos os estragos, tem-se optado por falar em “reconstrução da Ilha do Fogo”, porque nem todas as infra-estruturas serão reconstruídas em Chã das Caldeiras. O primeiro-ministro acrescentou que será um pouco fazer a reconstrução da ilha, porque há pessoas que não querem voltar e querem ficar em Mosteiros ou em São Filipe e que há que pensar em construir as infra-estruturas económicas fora de Chã das Caldeiras. De entre as infra-estruturas económicas, o Chefe do Governo apontou como exemplo a sede administrativa do Parque Natural do Fogo (PNF), a adega de produção de vinho, notando que há necessidade de se encontrar novas áreas agrícolas, razão porque está-se a falar, de forma mais abrangente, na reconstrução da ilha, com incidência maior nas pessoas que estavam a viver em Chã das Caldeiras, antes da erupção. Sobre a possibilidade das pessoas regressarem a Chã das Caldeiras, mal terminar a erupção, como aconteceu em 1995, José Maria Neves defendeu a necessidade de se discutir com as pessoas e encontrar a melhor solução para esta questão. “Não se quer impor nada e tem que ser uma questão discutida e partilhada”, disse José Maria Neves, acrescentando que no mês de Janeiro vai-se discutir o pós-erupção com população, sociedade civil, especialistas, para poder ter o programa de reconstrução e aconselhar da melhor forma as pessoas que podem continuar a viver de Chã das Caldeiras, fazendo o cultivo das terras e ter as suas casas nas proximidades para evitar novos estragos com nova erupção. José Maria Neves salientou que não se pode saber onde poderá ocorrer novas erupções, por ser uma questão um pouco aleatória, mas que é necessário estudar bem a questão com apoio dos especialistas, das pessoas de Chã que conhecem bem a realidade e encontrar a soluções. Além da realização de fórum para determinar a pós-erupção, o primeiro-ministro, que celebrou o Natal com as famílias deslocadas de Chã das Caldeiras realojadas nos centros de acolhimento dos Mosteiros, Achada Furna (Santa Catarina) e Monte Grande (São Filipe), anunciou outras medidas como a isenção do pagamento do imposto único sobre património (IUP) por parte da população de Chã até a reconstrução da vida. Outra medida é que o governo vai negociar com os bancos e instituições financeiras para que as pessoas tenham um período de moratória sem pagar as dívidas dos empréstimos e poderem refazer as suas vidas, assumindo o Estado o pagamento do montante durante esse período de moratória, assim como o pagamento das propinas aos alunos que estudam nas universidades e alguns casos do Ensino Secundário. “Ninguém fica sem estudar ou ficar sem acesso a um determinado bem, por causa da erupção vulcânica e porque não há recursos”, disse José Maria Neves, indicando que “tudo o que será necessário fazer será feito, independentemente de naquele momento tenha ou não recurso”. O Chefe de Governo prometeu para breve apoios para que as famílias deslocadas possam iniciar a implementação de actividades geradoras de rendimento e refazer assim as suas vidas. Quanto à construção do novo edifício administrativo do Parque Natural do Fogo, uma fonte desta instituição defende que o mesmo deve ser construído o mais próximo possível da área protegida, sendo que a preferência é para Cabeça Fundão, nas proximidades de entrada de Chã. Como não será possível reconstruir o edifício, que só teria enquadramento no interior da caldeira, a mesma fonte defendeu a construção de um novo edifício em Cabeça Fundão e uma pequena infra-estrutura em São Filipe, que funcionará como centro de interpretação do parque, onde serão disponibilizados informações sobre a área protegida do Fogo. O primeiro-ministro, que visita a ilha do Fogo pela segunda vez no espaço de um mês, desde o início da erupção, desloca-se na manhã de quarta-feira a Chã das Caldeiras, para se inteirar do impacto da erupção antes do seu regresso à Praia. JR Inforpress/Fim

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