28 Março 2024

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Duzentos e 20 mil toneladas de dióxido de enxofre libertado pelo vulcão do Fogo

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A erupção do Fogo já libertou para a atmosfera mais de 220 mil toneladas de dióxido de enxofre. Estes resultados foram registados durante o primeiro mês do processo eruptivo em curso graças aos recursos humanos e técnicos de Cabo Verde -Observatório Vulcanológico da Uni-CV (OVCV/UNi-CV).

Uma equipa científica do Instituto de Vulcanologia das Canárias (INVOLCAN) está em Cabo Verde, na sequência de um pedido da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) ao Cabildo Insular de Tenerife, a fim de prestar um serviço de informação científica, e colaborar com a equipa da Uni-CV na gestão científica da erupção que está a ter lugar na ilha do Fogo, desde 23 de Novembro de 2014.

Essa missão científica deve avaliar a evolução temporal da emissão de dióxido de enxofre (SO2) na atmosfera através da pluma vulcânica originada pelo processo eruptivo actual na ilha do Fogo.

Os resultados mostram que a quantidade de dióxido de enxofre (SO2) emitido para a atmosfera durante os primeiros 30 dias da erupção é estimada num total superior a 220 mil toneladas. Esta quantidade de gás injectado no ar, por sua vez, pode permitir inferir a quantidade de magma expelido para a superfície pela corrente erupção vulcânica da ilha do Fogo e esta pode ser, dependendo do teor de enxofre (S) nas lavas, na ordem dos 35- 40 milhões de metros cúbicos.

O conhecimento e acompanhamento diário das emissões de dióxido de enxofre (SO2) relacionadas com uma erupção em curso reflecte o conteúdo de voláteis / gases expelidos pelo magma nesta erupção. Já as mudanças na emissão de dióxido de enxofre (SO2) estão intimamente relacionadas com os aumentos ou diminuições na taxa de emissão do sistema de magma vulcânico. Portanto, é uma ferramenta útil para monitorar e detectar alterações na actividade vulcânica.

Para avaliar e quantificar essas emissões estão a ser utilizados sensores remotos tipo miniDOAS na posição móvel terrestre (veículo montado) que realizam diariamente vários trajectos na ordem dos 15-20 quilómetros.

Além de se conhecer a concentração linear (ppm.m) de dióxido de enxofre (SO2), que está a ser registado com o sensor óptico remoto, é necessário conhecer a velocidade e direcção do vento entre os 3.000 e 5.000 metros de altitude. A última informação é fornecida diariamente por Roberto Quevedo, colaborador científico de INVOLCAN, uma vez que os dados são fornecidos pelo NOAA GFS.

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