19 Março 2024

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Retrospectiva’2014/Cooperação: Parceiros internacionais solidários com vítimas da erupção vulcânica

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Actualizado a 22/12/2014, 11:47 Cidade da Praia, 22 Dez (Inforpress) – Países amigos e organizações internacionais responderam ao apelo de Cabo Verde e aliaram-se numa onda única de solidariedade para com o país e a ilha do Fogo, que enfrenta a primeira erupção vulcânica deste século. O vulcão entrou em erupção a 23 de Novembro, 19 anos depois, provocando o quase desaparecimento de duas das maiores aldeias de Chã das Caldeiras, Portela e Bangaeira, e perdas de centenas de hectares de áreas agrícolas, destruição de todas as infra-estruturas e equipamentos sociais, com destaque para estradas, escolas, igrejas, fábrica de vinho e dezenas de moradias dos habitantes locais. O primeiro país a acudir Cabo Verde foi Portugal, que enviou a fragata Álvares Cabral com equipamento de telecomunicações, um helicóptero, material como camas, cobertores e máscaras respiratórias, e tem ajudado na monitorização da erupção, através de satélites. Todo o mundo lusófono mostrou solidariedade para com os afectados da erupção, tendo a Guiné-Bissau doado 75 mil dólares, (cerca de seis mil contos). Na ocasião, o primeiro-ministro, José Maria Neves afirmou que é um gesto que toca a todos os cabo-verdianos, e demonstra todo o carinho do Governo e do povo guineense para com Cabo Verde, apesar do momento por que passa o país. O Governo de São Tomé e Príncipe respondeu ao chamamento do país com uma doação por parte dos membros governamentais, doando individual 20 por cento dos seus salários, e criar uma conta bancária de solidariedade para o país. De Angola chegaram donativos no valor de sete milhões de dólares, para reforçar o apoio às vítimas da erupção vulcânica do Fogo, donativos que consistem em meios de bio-segurança, meios de comunicação, meios de apoio aos bombeiros, equipamentos e materiais de emergência, géneros alimentícios, bem como basificação temporária de duas aeronaves para realização de missões de voos no interesse das autoridades competentes de Cabo Verde. A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) avançou com uma contribuição, no valor de 13 mil dólares para apoiar a população de Chã das Caldeiras, e lançou um apelo aos países membros para assistirem Cabo Verde nos esforços de reconstrução. No plano externo, o ano que ora termina ficou ainda marcado pela renovação do acordo de parceria para o sector das pescas entre a União Europeia e Cabo Verde, um novo compromisso válido por quatro anos, que vai permitir que 71 embarcações da UE – sobretudo de Espanha, Portugal e França possam pescar atum e outras espécies migratórias nas águas de Cabo Verde. Com o novo acordo, a UE vai aumentou a sua contribuição financeira e irá pagar a Cabo Verde 550 mil euros por ano nos dois primeiros anos do protocolo, e 500 mil euros nos dois anos seguintes. A UE precisa que metade da contribuição financeira anual é paga para aceder aos recursos e a outra metade para promover uma gestão sustentável das pescas no arquipélago, incluindo o reforço das capacidades de controlo e vigilância e para apoiar as comunidades pesqueiras locais. No mês de Fevereiro, a Cidade da Praia acolheu a Cimeira para a Inovação em África, que contou coma participação do Presidente de Ruanda, Paul Kagame, e paralelamente visitou o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, e o primeiro-ministro, José Maria Neves, com o intuito de estreitarem relações. Em Agosto, o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, participou, nos Estados Unidos, na Cimeira EUA/África em Washington, que teve como pano de fundo o reforço dos laços históricos, culturais, económicos e políticos entre os EUA e África, tendo Cabo Verde destacado com um exemplo de boa governação no continente africano. O ano ficou marcado também pelo acordo de cooperação económico e técnico, assinado entre o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jorge Tolentino, e o embaixador da China em Cabo Verde, Su Jean, tendo o Governo chines doado 150 milhões de Yans Renmimbi (cerca de 2224,07 milhões de escudos). O reforço das relações entre Senegal e Cabo Verde que recebeu a visita do Presidente senegalês, Macky Sall, em Março, foi um marco importante na cooperação e oportunidade para assegurar o empenho em ampliar também a relação do sector marítimo e económico entre os dois países. Da XIV Comissão da Parceria Cabo Verde/Luxemburgo, que aconteceu a 03 de Março, na Cidade da Praia, o ministro da Cooperação e Acção Humanitária do Luxemburgo, Romain Schneider garantiu o apoio a Cabo Verde na criação de condições adequadas para concepção de casas de repouso e hospitais para acolher pessoas idosas reformas, em certas estações do ano. No plano regional, Cabo Verde destingiu-se também por acolher, em Junho, a reunião das Comissões Nacionais dos Estados- Membros da CEDEAO sobre as armas ligeiras e de pequeno calibre, em que foi feita a revisão do Tratado sobre o Comércio das Armas, para ser ratificado pelos Estados Membros e implementado no primeiro trimestre de 2015. A cooperação entre os EUA e Cabo Verde também foi reforçada, tendo o Governo norte-americano disponibilizado ao arquipélago cerca de 759 mil dólares para projectos de melhoria das condições de vida da população e para apoio no sector da justiça penal. Já da Cimeira da União Europeia/ África, que aconteceu nos dias 02 03 de Abril, em Bruxelas, contou com a participação do Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, onde trouxe a garantia de financiamento da EU de oito milhões de escudos para a África. Outro marco na cooperação bilateral, foi a assinatura de um acordo entre Cabo Verde e a União Europeia, em Setembro, no valor de 3.3 biliões de euros destinados a projectos ligados às energias renováveis e nível mundial entre 2014 a 2020, o que aconteceu à margem da Cimeira sobre as Mudanças Climáticas, e da Assembleia geral das Nações Unidas. A relação de cooperação entre Cabo Verde e Angola foi reforçada durante a visita da ministra das Finanças e Planeamento, Cristina Duarte, que aconteceu a 17 de Fevereiro, tendo assinado um acordo de financiamento no valor de 10 milhões de escudos. Meses depois, a Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Sotavento cabo-verdiana e a Agência Angolana de Investimentos assinaram em Luanda, Angola, um memorando de entendimento para iniciação de um projecto no âmbito da aquacultura, tendo Angola disponibilizado 13 mil hectares de terreno. Um momento delicado e sensível na diplomacia cabo-verdiana aconteceu com Timor Leste, após a expulsão do magistrado cabo-verdiano daquele país, após uma resolução parlamentar que revela falta de capacidade técnica do profissional, e a necessidade de proteger de forma intransigente o interesse nacional. O ano que ora termina ficou ainda marcado pelo reforço de cooperação entre Cabo Verde e Portugal, tendo os dois países assinado um memorando para a valorização dos produtos ligados ao sector da investigação pesqueira e agrária, formação, acreditação de laboratórios e certificação de produtos. Por sua vez, o Banco Africano de Desenvolvimento doou ao país, 2,7 milhões de euros, (cerca de 300 mil contos), para financiamento de projectos ligados a agricultura, investimentos e combate á pobreza. AVInforpress/Fim

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