24 Abril 2024

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Cadeia de São Filipe sem viatura e superlotada

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Os frequentes problemas com a única viatura da unidade prisional de S. Filipe estão a deixar indignados os guardas prisionais e a própria direcção do estabelecimento, que exigem uma nova viatura para responder às demandas. É que para se deslocarem à cadeia da “Betânia”, situada a mais de cinco quilómetros da cidade de São Filipe, os agentes vão de boleia ou de táxi. E não poucas vezes tiveram de tirar dinheiro do próprio bolso para pagar a corrida. A direcção prisional tem contado com o apoio de entidades como a Polícia Nacional, Ministério da Saúde e tribunais do Fogo – que têm disponibilizado as suas viaturas - mas quando tal não acontece são obrigados a recorrer a carros de particulares para a escolta dos presos aos tribunais ou hospitais, e ainda para transportar desde o porto de Vale dos Cavaleiros os que chegam da Brava. Mais guardas prisionais A situação é conhecida da Direcção-Geral dos Serviços Penitenciários, entidade a quem José Reis, director da Cadeia Civil de São Filipe, exigiu uma resposta imediata. Reivindicação ouvida, Reis recebeu esta semana a garantia do seu superior de que a falta de viatura será resolvida ainda este mês. A cadeia “Betânia” conta actualmente com nove agentes prisionais, que têm de trabalhar nas suas folgas para garantir o normal funcionamento do estabelecimento. Daí o director da cadeia reivindicar um reforço de mais cinco efectivos. Há alguns anos que a ala feminina da cadeia de São Filipe não funciona. Uma outra questão que terá de ser resolvida, segundo Reis. Sobre estas reivindicações, apesar da insistência deste jornal, não foi possível ouvir a versão da Direcção Geral dos Serviços Penitenciários. Mais reclusos transferidos Na semana passada foram transferidos dez reclusos de São Filipe para a Cadeia Central de São Martinho, na ilha de Santiago. Foi a terceira operação do género a acontecer este ano. Na primeira, em Janeiro, foram 14 e na segunda foram 12, perfazendo até agora um total de 36 reclusos que viajaram da "Betânia" para São Martinho este ano. Mesmo assim, o estabelecimento prisional, concebido para acolher um máximo de 60 reclusos, tem agora 66 presos oriundos das ilhas do Fogo e da Brava. A maioria deles está a cumprir pena inferior a dois anos ou aguarda julgamento por crimes relacionados com tráfico de drogas. A transferência dos reclusos é uma medida que além de cumprir o estabelecido na lei – pela qual as cadeias regionais só podem acolher reclusos com pena máxima até dois anos de prisão – serve para descongestionar aquela unidade prisional. O número de reclusos em “Betânia” tem aumentado de forma significativa nos últimos tempos, razão por que o estabelecimento sempre funciona acima da sua capacidade. Nicolau Centeio

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