19 Março 2024

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Erupção Vulcânica: Assinado contrato de financiamento para construção da adega provisória

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Actualizado a 12/05/2015, 16:41 São Filipe, 12 Mai (Inforpress) – O contrato tripartido para a construção da adega provisória para a vinificação de 2015 foi assinado hoje entre o Gabinete de Reconstrução do Fogo (GRF), Ministério do Desenvolvimento Rural (MDR) e Associação dos agricultores de Chã das Caldeiras. Ao acto testemunhado pela ministra do Desenvolvimento Rural, Eva Ortet, seguiu-se o lançamento da primeira pedra para a construção dessa infra-estrutura económica que, conforme a própria ministra, visa apoiar “todos os produtores de Chã das Caldeiras” na produção de 2015. A adega provisória vai ser edificada no interior da Caldeira, no sítio denominado de “cabo Nhô Ernesto”, entre Boca Fonte e Portela, através de um pavilhão de estrutura metálica tecnicamente isolado para produção de vinho, ocupando uma área de 300 metros quadrados. A construção e aquisição de equipamentos para a adega vai custar 30 mil contos, sem contar com o custo de terreno que foi disponibilizado pelos responsáveis da adega/cooperativa “Chã”. Conforme o contrato celebrado, o prazo para execução da obra é de três meses o que significa que apesar do atraso ainda vai ser concluído a tempo para permitir os produtores de Chã das Caldeiras, cuja adega e toda a produção de vinho branco de 2014, estimado em mais de 100 mil litros, foi engolida pelas lavas da erupção de 23 de Novembro de 2014. O financiamento é assegurado pelo Gabinete de Reconstrução da ilha do Fogo (GRF), que também vai fiscalizar e acompanhar as obras da sua execução, entrando a associação dos agricultores de Chã com mão-de-obra, aquisição de depósito de duas toneladas, além do terreno. David Gomes Monteiro “Neves”, responsável da adega/cooperativa Chã, agradeceu o apoio que a associação tem recebido do Governo na construção dessa infra-estruturas, esperando que o prazo seja cumprido para permitir a continuidade da produção de vinho. Segundo o mesmo, os produtores optaram por este lugar para a construção da adega provisória por estar situado mais ou menos a centro, quase à mesma distância dos vários pontos de produção de uva o que permitirá que a matéria-prima chegue em boas condições, mas também dada a sua localização, a dois mil metros de altitude e do seu microclima permite manter a qualidade do vinho produzido por esta adega. A ministra Eva Ortet disse que com a assinatura do contrato para reabilitação das casas construídas em 1995 e agora com o contrato e lançamento da primeira pedra para a construção da adega provisória demonstra a determinação do Governo em dar inicio efectivo à reconstrução de Chã das Caldeiras e da ilha do Fogo. Esta infra-estrutura, conforme explicou, é para apoiar todos os produtores de Chã das Caldeiras para continuarem a produzir vinho de qualidade, indicando que ainda não foi definido o local para a construção da adega definitiva e que na altura da tomada de decisão o executivo vai ponderar a situação de outros produtores que viram as suas instalações destruídas pelas lavas como a adega de Eduíno Lopes, uma espécie de filial da adega/cooperativa Sodade. Segundo a ministra, as lavas não consumiram toda a área agrícola e incentivou os agricultores a conquistarem novos espaços para fixação de videiras, notando que é intenção do Governo retomar o processo de atribuição de posse útil dos terrenos de Chã aos seus ocupantes e alargar este procedimento a outros terrenos que o estado tem noutros pontos como Montinho de Monte Velha, também usado no cultivo de videiras. Eva Ortet afirmou ainda que o Gabinete de Reconstrução da ilha do Fogo (GRF) vai funcionar em parceria com o Gabinete de Desenvolvimento Regional das ilhas do Fogo e da Brava (GDR), no sentido de desenvolver condições de alguma sustentabilidade da população de Chã das Caldeiras como de toda a ilha do Fogo, num ano complicado em que a ilha foi afectada por várias catástrofes. Depois de Chã das Caldeiras, a delegação do MDR, acompanhada do representante da FAO em Cabo Verde, deslocou-se aos Mosteiros aonde procedeu ao lançamento do projecto de urgência para apoiar as vítimas da erupção e da seca. Nesse município, segundo a ministra, vão ser equipados dois furos de prospecção de água subterrânea em Rocha Fora e Monte Vermelho, permitindo assim duplicar a capacidade irrigada nos Mosteiros, mas também vai-se disponibilizar três hectares de terrenos às famílias de Chã para a prática de agricultura. Na segunda-feira, Eva Ortet presidiu ao lançamento dos projectos de urgência “Assistência de urgência para o relançamento das actividades produtivas das famílias afectadas pela erupção do Vulcão do Fogo», “Assistência de urgência para o reforço dos meios de subsistência das populações vulneráveis afectadas” e “Consolidação dos perímetros irrigados para a produção hortofrutícola na Zona Sul da ilha do Fogo”, no município de São Filipe. Estes projectos que visam restituir as capacidades de produção de rendimento das famílias afectadas pela erupção vai beneficiar nesta primeira fase 23 famílias, mas a ideia é preparar novas parcelas nas proximidades de Monte Genebra de modo a cobrir o maior número de famílias de Chã das Caldeiras. JR Inforpress/Fim

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