19 Março 2024

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Fogo: Gado bovino de um agricultor de Chã das Caldeiras morre na sequência do incêndio nos Mosteiros

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Actualizado a 04/05/2015, 12:26 São Filipe, 04 Mai (Inforpress) – Um agricultor e criador de Chã das Caldeiras perdeu duas cabeças de gado bovino (um touro e uma vaca) de raça, na sequência do incêndio de grandes dimensões que atingiu as zonas altas dos Mosteiros e Monte Velha. Tuca de Saty, que residia na localidade de Ilhéu de Losna (Chã das Caldeiras), disse que na sequência da erupção vulcânica e na tentativa de salvar o seu gado bovino, os transportou para a zona de Ligeirão, nas zonas altas dos Mosteiros, mas no início da tarde de domingo foi informado de que as duas cabeças de gado foram apanhadas pelo incêndio provocando a morte dos animais. Desesperado e revoltado com a situação, Tuca de Saty desabafa afirmando que “não se sentiu afrontado com a erupção vulcânica como agora com o incêndio”, notando que o prejuízo provocado com a perda das duas cabeças de gado bovino ronda os 600 contos. Depois de perder parte de terreno e a sua residência em Ilhéu de Losna, Tuca de Saty estava a refazer a vida e tinha nos seus animais um meio que podia recorrer para fazer face aos problemas, mas agora, conforme explicou, perdeu tudo e inclusive as esperanças. Além de Tuca de Saty, o incêndio que deflagrou na tarde de sábado, 02 de Maio, provocou prejuízos a outros agricultores e criadores de gado das zonas altas dos Mosteiros, já que, segundo as autoridades municipais, o incêndio, para além de atingir o perímetro florestal de Monte Velha, também, afectou parte das plantações de café, fruteiras (laranjeira, limoeiro), terrenos agrícolas. Jaime Monteiro Júnior, vereador da Protecção Civil dos Mosteiros, disse à Inforpress que os prejuízos, apesar de ainda não estarem contabilizados, são avultados, notando que uma parte expressiva de produção de café foi atingida pelas chamas, assim como mais de 70 por cento (%) do perímetro florestal de Monte Velha, em que os arbustos e pastos foram consumidos pelo incêndio. O fogo, conforme explicou Jaime Monteiro Júnior, está controlado, estando neste momento no terreno o contingente militar formado por 50 elementos e apoiados por populares e proprietários de terrenos agrícolas. Como as condições climáticas estão mais favoráveis neste momento, com menos vento, é possível que até meio-dia e início da tarde o incêndio possa estar extinto. O incêndio deflagrou no início da tarde de sábado, quando um agricultor preparava o café, tendo as chamas propagadas rapidamente e saindo do controlo deste. O agricultor encontrava-se nas instalações da esquadra policial dos Mosteiros por precaução, já que na sequência da dimensão do incêndio e dos prejuízos provocados, chegou a manifestar a sua intenção de se suicidar. Nas zonas altas dos Mosteiros e no perímetro florestal de Monte Velha registam-se com frequência, todos os anos, incêndios com alguma proporção, originados pela limpeza dos terrenos para a prática de agricultura e suspeitas de fogo postos, sendo que o último incêndio ocorreu no final de Maio do ano passado. O penúltimo incêndio de maior proporção, quase na mesma área, ocorreu no dia 23 de Abril de 2011 e consumiu, na ocasião, uma área superior a 80 hectares do perímetro florestal de Monte Venha, essencialmente coberta por espécies endémicas como tortolho, lantisco e losna (grande quantidade), erva-cidreira, cravo bravo e outras espécies, assim como uma grande quantidade de pastos e alguns campos de cultivo de feijão-congo. Já o incêndio de 2004 consumiu uma área de mais de 300 hectares, quase metade dos 850 hectares do perímetro florestal de Monte Velha, e as áreas destruídas vêm sendo reflorestadas com novas plantas desde 2005. No mês de Março deste ano, o Programa das Pequenas Subvenções do Fundo Global para o Ambiente (SGP/GEF) disponibilizou 30 mil dólares, cerca de três mil contos, para financiar o projecto do PNF para prevenção de incêndios no perímetro florestal de Monte Velha. O projecto visava a limpeza geral da florestal e a eliminação das plantas invasoras, criando assim condições para diminuir os riscos de incêndios florestais, cuja época está a aproximar-se, conforme o coordenador do PNF, Alexandre Rodrigues. JR Inforpress/Fim  

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