19 Março 2024

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Excesso de carga e negligência humana entre as causas do naufrágio do navio “Vicente”

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Quase quatro meses após o naufrágio do navio “Vicente”, acontecido a 8 de Janeiro, a Agência Marítima e Portuária (AMP) divulga as causas do acidente. Conforme o presidente da AMP, em conferência de imprensa nesta quinta-feira,  após o término do processo de busca e salvamento, desencadeou-se um processo de investigação, quer através da cooperação com Portugal e o seu gabinete  de investigação a acidentes e incidentes marítimos, quer através da contratação de uma inspector nacional, devidamente credenciado para efeito. Agora esses dois relatórios, que como ressalta António cruz, decorreram sem qualquer intervenção da AMP, apontam como causas para o acidente do navio “Vicente” um conjunto de factores, entre os quais: “a sobrecarga do navio, a negligência grosseira do comandante, a declaração errada da quantidade de carga e passageiros efectivamente carregados e embarcados no Porto da Praia, a deficiente actuação das autoridades na acção inspectiva ao navio antes da sua partida desse mesmo porto”. A partir de hoje esses relatórios, com descrição detalhada, estão disponíveis no site da AMP (www.amp.cv). Esses documentos onde se pode ler que “Testemunhas entre a tripulação afirmam que era visualmente possível confirmar um excesso de carga a bordo, atendendo a que os embornais de saída de água do “Vicente” se encontravam submersos e este estaria também com a linha de água bem acima do normal e com as marcas de bordo livre submersas, facto que não é confirmado por mais nenhuma outra fonte”. Em relação à carga também se pode ler que “foram cerca de 250.000 kg de carga com origem na Praia e mais cerca de 40.000 kg de carga em trânsito para o Fogo com origem na ilha do Sal”. No entanto, como garante António Cruz esses documentos “não têm como propósito determinar  responsabilidades ou atribuir culpa a ninguém”. Mas sim determinar as causas e deixar recomendações para que acidentes do tipo não voltem a acontecer. Contudo, os relatórios já foram enviados ao Ministério Público para desencadear um  processo de responsabilização, assim como para o Ministério da Administração Interna e para o de Economia Marítima para o mesmo fim. O navio Vicente afundou-se no dia 8 de Janeiro, no Porto do Vale dos Cavaleiros, Fogp, com 26 pessoas a bordo. 11 acabaram por ser salvas, provocando ainda mais 15 mortos, 14 ainda desparecidos e um corpo resgatado.       Partilhe

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