19 Março 2024

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São Filipe: Erupção vulcânica adiou projecto de estúdio de gravação mas os equipamentos já estão nos Mosteiros – José Laço

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Actualizado a 26/04/2015, 12:26 São Filipe, 26 Abr (Inforpress) – O músico e produtor José Laço, emigrante nos Estados Unidos, que pretendia instalar em 2014 um estúdio de gravação disse que a erupção vulcânica do Fogo adiou o início do projecto mas os equipamentos já estão nos Mosteiros. José Laço, que encontra-se na cidade de São Filipe, onde tem programado três actuações num dos restaurantes no âmbito das festividades de São Filipe, disse à Inforpress que neste momento está a realizar um outro projecto com a Câmara Municipal de Santa Cruz (Santiago) e que, por enquanto, a montagem do estúdio de gravação na ilha do Fogo vai aguardar mais um tempo para decidir se fica na ilha ou se será instalado em Santiago. Em Santa Cruz, o produtor musical está a trabalhar na edição de um CD/DVD com 10 grupos de batucadeiras, cuja primeira fase, que consiste na gravação, está concluída devendo no seu regresso aos Estados Unidos realizar os trabalhos para a produção de 1.500 CD. Esta é a primeira vez que grava grupos de batucadeiras e José Laço confessa que foi difícil mas ao mesmo tempo uma boa experiência para futuros trabalhos do género. Durante a sua estada na ilha de Santiago, José Laço estabeleceu contactos visando a produção de trabalho discográficos (mil CD cada) com dois jovens artistas, Denvas de Santa Cruz e um outro artista residente na Cidade da Praia. José Laço, que domina vários instrumentos, possui um estúdio de gravação nos Estados Unidos e já produziu mais de 30 trabalhos discográficos dele (oito) e de outros artistas cabo-verdianos e quer agora apoiar na promoção de jovens talentos sem grandes possibilidades de revelar, sobretudo na área música, e tem várias promessas de realização de trabalhos. Conhecido sobretudo pela promoção da música tradicional da ilha do Fogo “talaia baxu”, José Laço disse ter sido o primeiro artista a tocar este género musical nos anos 80 do século passado. Segundo o mesmo “talaia baxu” é uma música de bandeira (festas tradicionais da ilha do Fogo acompanhada de tambores e coladeras) sendo por isso uma música improvisada. A fonte de inspiração do artista José Laço foi uma das mais célebres cantadeiras da ilha do Fogo depois de Ana Procópio, a Bia Manzinha de Ribeira Ilhéu (Mosteiros) que não obstante ser uma pessoa iletrada tinha uma grande capacidade de improvisar e criar quadras de talaia-baxu, hoje o estilo musical que mais se identifica a ilha do Fogo. Com relação aos novos estilos que tem surgido em Cabo Verde nos últimos tempos sobretudo pela nova geração de artistas, José Laço classifica-os como “flor da música cabo-verdiana” e não a música tradicional do país. José Laço que já participou nas festividades do município dos Mosteiros, concelho de onde é natural, mostra alguma mágoa por nunca ter sido convidado para as festividades do Dia do Município e da Bandeira de São Filipe, anotando que recentemente recebeu “promessa-convite” das autoridades municipais de São Filipe mas que ficaram por promessas. Apesar disso, José Laço afirmar continua firme e determinado a trabalhar e a contribuir para o desenvolvimento cultural da ilha do Fogo e Cabo Verde de uma forma geral. JR Inforpress/Fim

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