19 Março 2024

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Fogo/Educação: Há mais ganhos políticos e menos qualidade de ensino – Gilda Barbosa

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Actualizado a 21/04/2015, 12:20 São Filipe, 23 Abr (Inforpress) – O sector da educação registou nestas quatro décadas ganhos políticos traduzidos em discursos, estatísticas e números, e menos qualidade de ensino, considera a professora liceal aposentada, Gilda Barbosa. Apesar de estar pouco ligada à educação nos últimos tempos, Gilda Barbosa considera que nestes 40 anos registou a massificação do ensino mas que em termos de qualidade “está-se nas ruas da amargura” sem desenvolvimento de capacidade de pensar e de reflectir dos quadros, que muitas vezes não conseguem expressar e transmitir correctamente nem em português nem no crioulo. Gilda Barbosa licenciada em matemática e professora liceal reconhece que a nível de infra-estruturas há ganhos visíveis com mais estabelecimentos e que permitiu a massificação mas anatou que tem faltado as condições para uma boa formação e instrução. Para esta professora aposentada “não vale a pena atribuir notas elevadas aos alunos para quando chegarem a uma universidade normal serem considerados de medíocres”, indicando que os estudantes cabo-verdianos, na sua maioria, já não têm capacidade para ombrear com os de outras paragens quando vão para as universidades estrangeiras, como noutros tempos. Segundo a fonte, “o ensino superior ficou abstracto com todos a pensar na universidade mas sem qualificação técnica”, observando que é preciso apostar na qualificação e exemplificou que “entre um bom professor e um bom marceneiro não existem grandes diferenças”. Para Gilda Barbosa, a perda de alguns valores contribuíram para a inexistência de uma “verdadeira educação” e de seguida alerta que a forma diferenciada de viver os valores consoante a época não significa a sua perda. Neste particular, disse que além do estado e da sociedade, a própria instituição familiar também falhou com a sua desestruturação e a falta de estabilidade tem tido reflexos na qualidade de educação que se pretende. Gilda Barbosa, que é crítica em relação à “proliferação” de universidades, observa que para a melhoria da qualidade é necessário apostar-se na qualificação técnica dos professores. “É um erro apostar-se apenas nos docentes com formação académica e descorar os que embora não possuem graus de licenciatura têm uma capacidade e experiência acumulada”, disse Gilda Barbosa. Para a mesma, é necessário valorizar a “capacidade conquistada pelas pessoas que exercem a profissão”, mas também na criação de condições físicas e humanas para que a classe docente possa melhorar a qualidade do ensino. JR  Inforpress/Fim

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