19 Março 2024

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São Filipe: CPC do Movimento para a Democracia reafirma que há fome nesse município

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Actualizado a 07/04/2015, 16:47 São Filipe, 07 Abr (Inforpress) – A Comissão Política Concelhia (CPC) do Movimento para Democracia (MpD-oposição) reafirma que “há fome no concelho de São Filipe” motivado pelo mau ano agrícola, desemprego e escassez de bens essenciais como água e energia.   A denúncia foi feita pelo coordenador concelhio do MpD, Filipe Santos, durante uma conferência de imprensa para analisar a carência da água potável no sul do concelho, indicando que mais de 62 por cento (%) da população de São Filipe vivem da agricultura e criação de gados, fonte de rendimento para o seu sustento e para custear a educação dos filhos. Para o MpD um dos indicadores de fome no município é o facto de semanalmente (às sextas-feiras), “dezenas de pessoas levantam-se às altas horas da madrugada para se colocar na fila à porta da Câmara Municipal à espera de uma senha para fazer compras de géneros alimentícios básicos”, disse Filipe Santos para quem este gesto não dignifica a pessoa humilde do município. “Enquanto há famílias que não conseguem levar panela ao lume, pelo menos uma vez ao dia, a câmara vai gastar mais de 14 mil contos nas festas do Dia do Município e da Bandeira de São Filipe e dezenas de milhares de contos na construção do hipo-sambódramo”, disse Filipe Santos, indicando que a edilidade prefere manter os cidadãos “numa relação de subserviência e assistencialista”. Com relação a situação de penúria de água, Filipe Santos afirma que contrariamente à promessa da edilidade em disponibilizar 10 mil contos para apoiar os agricultores e criadores de gado no programa de salvamento de gado, assiste-se um abandono dos criadores e nenhuma acção anunciada no plano de emergência ainda foi implementada. “Os agricultores e criadores de gado exortam às autoridades, nomeadamente a Câmara Municipal e o Governo para os acudirem frente a essa dificuldade”, disse o coordenador concelhio do MpD para quem o edil está de costas viradas para os munícipes, preferindo “angustiar as famílias e dar palmas ao governo”. É desconsolado assistir a tristeza nos olhos dos criadores de gado ao presenciarem a morte lenta dos seus animais por falta de água e de pastos, disse Filipe Santos, notando que além da morte dos animais regista-se também à venda ao desbarato, aumento do desemprego, miséria, frustrações, decepção por falta de perspectiva de uma vida melhor. Filipe Santos considera que é pouco séria a forma como os criadores de gado são tratados no quadro do plano de emergência, nomeadamente em relação ao preço do milho e ração, indicando que não houve redução do preço já que cada saco de milho por exemplo tem menos 15 quilos e por isso o preço praticado é proporcional à quantidade do produto. Além disso classifica de “descaramento” o facto do Governo e a Câmara terem cobrado combustíveis para transportes de pastos e de água aquém das condições dos criadores, enganando-os de que estão a apoia-los. JR     Inforpress/Fim

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