19 Março 2024

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Erupção Vulcânica: Chã das Caldeiras, o sonho de ser vila destruído pelas lavas

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Actualizado a 08/12/2014, 23:44 São Filipe, 09 Dez (Inforpress) – Chã das Caldeiras, situada a 1.700 metros de altitude, era um dos dois povoados de Santa Catarina do Fogo proposto para ascender a vila, mas o sonho da sua população foi destruído pelas lavas da última erupção vulcânica. Em finais de Agosto, uma missão técnica do Ministério do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território (MAHOT) efectuou o diagnóstico de requisitos desse povoado para a sua elevação à categoria de vila e nessa altura nenhum dos seus habitantes imaginava que poucos meses depois os seus dois principais povoados seriam riscados da história. Com mais de um milhar de residentes, Chã das Caldeiras tinha as condições necessárias para ganhar o estatuto de vila, contando com um pólo do Ensino Básico Integrado, jardim-infantil, igrejas (três), algumas unidades hoteleiras (duas), adega de produção de vinho, posto policial, unidade sanitária de base, delegação municipal, cobertura pelas redes móveis e fixas de telecomunicações, sede do Parque Natural do Fogo (PNF). As infra-estruturas colectivas foram quase todas consumidas pelas lavas, algumas na totalidade (edifício do Parque, escola, unidade sanitária de base, delegação municipal) e outras parcialmente, caso da adega de produção de vinho, que mesmo assim sofreu danos acentuados na sua estrutura, e várias dezenas de habitações e unidades turísticas que deixaram de existir. Além da destruição do sonho de ser elevado a vila, também deixa de existir o plano Urbanístico Detalhado (PUD) de Chã das Caldeiras que foi elaborado, socializado, faltando apenas a sua aprovação e homologação, o que deveria acontecer em Janeiro de 2015. O PUD de Chã das Caldeiras tinha definido os traçados e loteamentos, áreas para a construção de habitação, para prática de agricultura e os pontos para recolha da população em caso de emergência, incluindo um heliporto para transferência da população, situações que não serão implementadas com a destruição dos dois principais aglomerados populacionais de Chã. A elaboração do PUD foi coordenada por uma equipa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, e foram determinadas as áreas de habitação e agricultura, de forma integrada, tendo sido definidos 36 lotes só para construção de habitação, 20 para habitação e agricultura (mista) e 113 lotes só para agricultura, uma vez que a economia de Chã das Caldeiras depende quase a 100 por cento da agricultura. Na sua elaboração, a questão de protecção civil foi tida em conta e foram definidos três pontos de recolha de pessoas, em caso de emergência, assim como um sítio para construção de um heliporto,  para evacuação dos residentes em caso de acidente. JR Inforpress/Fim

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