19 Março 2024

Video Notícias

Fogo: “Fogo Coffee Spirit” prevê adquirir entre 50 a 60 toneladas de cerejas (café maduro) este ano

  • PDF
Partilhar esta notícia
Actualizado a 25/03/2015, 07:02 ***Jaime Rodrigues, Inforpress*** São Filipe, 25 Mar (Inforpress) – A “Fogo Coffee Spirit limitada”, uma “joint venture” entre as empresas holandesa “Trabocca” e nacional “Capital Consulting”, prevê a aquisição de 50 a 60 toneladas de café, quantidade inferior a adquirida em 2014. Depois de no ano passado ter aumentado a aquisição para quase triplo da quantidade adquirida em 2013 (27 toneladas), este ano devido a fraca produção de café, a “Fogo Coffee Spirit” estima entre 50 a 60 toneladas de cerejas devido a adesão de pelo menos mais 14 produtores de café e que vão disponibilizar as suas produções. Amarílio Baessa, responsável pela empresa, disse à Inforpress que nas primeiras duas semanas de colheita a unidade já atingiu 50 por cento (%) da aquisição do ano passado e, segundo o mesmo, os grandes proprietários ainda não iniciaram a colheita. A “Fogo Coffee Spirit” que dispõe de três unidades de processamento de café (debulha a seco e a molhado) tem capacidade para receber toda a produção da ilha, anotando que a mesma foi projectada para futuro e tem capacidade para mais de meio milhar de toneladas. Contrariamente ao ano passado, explica o responsável da empresa, este ano há menos exigência e rigor na compra das cerejas (café maduros) e aceita-se alguma percentagem de verdes já que se pode fazer a selecção e separação com as máquinas e com a contratação de cerca de três dezenas de mão-de-obra femininas além dos trabalhadores habituais e permanentes. Em relação ao plano de compra de café celebrado com a Associação dos Produtores de Café dos Mosteiros, Amarílio Baessa disse que o mesmo vem sendo rigorosamente aplicado e cumprido, anotando que em 2012 quando iniciou as actividades o café (cerejas) foram adquiridas por 82 escudos/quilo, passando depois para 90, 100 no ano passado e este a 110 escudos/quilo, um aumento de 10%. Segundo o mesmo responsável o pagamento é feito através de transferência bancaria para as contas dos produtores assim que a colheita for concluída, anotando que esta semana vai-se iniciar o pagamento de alguns proprietários que já terminaram as suas colheitas. A unidade central de transformação tem capacidade para debulhar 500 quilos de café/hora, mas a empresa dispõe nos Mosteiros, de outras duas máquinas de pequena dimensão para debulha de cerejas frescos (Cutelo Alto e Rocha Fora) e este ano foi instalada uma terceira máquina na ilha de Santiago (S.Jorge dos Órgãos). Segundo Baessa a instalação desta unidade na ilha de Santiago enquadra-se na política de expansão da “Fogo Coffee Spirit”, que já iniciou uma experiencia piloto na ilha de Santiago com fixação de 250 plantas que será aumentada dentro de 45 dias para 500 plantas e dependendo do resultado novas plantas serão encaminhadas para a ilha de Santiago. Igualmente prevê-se a expansão para a ilha Brava, tendo sido identificado um proprietário de terreno para fixação das plantas e a “Fogo Coffee Spirit”, prevê enviar nos próximos meses cerca de três mil plantas de café para aquela ilha. Com relação a Ilha de Santiago, este disse que a produção vai ser encaminhada para Holanda para testes laboratoriais e determinar se as qualidades e características vão de encontrar às solicitações dos consumidores de modo a determinar a expansão do cultivo naquela ilha, cuja análise do solo está sendo realizado. A empresa produziu em 2014, 50 mil plantas de cafés, sendo que uma parte cerca de três mil foram distribuídos aos proprietários da ilha, parte enviada para Santiago e Brava, mas além das plantas que ainda dispõe nos viveiros, a empresa está a efectuar a selecção de sementes para a produção de novas plantas em 2015. Uma das aposta da “Fogo Coffee Spirit” para 2015 é a colocação do café no mercado nacional, estando neste momento a máquina de torrefacção pronta para processar o café para mercado interno. A “Fogo Coffee Spirit”, investiu 52 mil e 500 contos na área de produção, transformação e comercialização do café do Fogo, para a sua valorização e internacionalização, através do aumento da produção e melhoria da qualidade do café do Fogo, devendo ao todo disponibilizar cerca de 200 mil novas plantas cafeeiros de modo a atingir no futuro uma média de 300 toneladas/ano. Em 2014 a empresa e o Ministério de Desenvolvimento Rural (MDR) iniciaram em negociações para assumir a gestão das propriedades de estado nas zonas de cultivo do café no município dos Mosteiros, onde além de expansão da área de cultivo com fixação de novas plantas pretende proceder a tratamento das plantas existentes para aumentar a produção do café. As propriedades estatais nas zonas de cafeeiro estão devidamente identificadas e segundo um técnico do MDR, ocupa uma área de 180 hectares de terreno nas localidades de Coxo, Matinho, Cova Cana e Djan Reca, e segundo Amarílio Baessa a sua transferência para empresa é vista como uma alavanca para o desenvolvimento do sector do café na ilha do Fogo. Cultivado na área montanhoso e fértil dos Mosteiros, envolto por diversos microclimas, o café do Fogo (biológico), sobretudo do Morgadio de Monte Queimado, a maior propriedade unificada de produção de café na ilha, foi premiado com a Medalha de Ouro da Exposição Colonial no Porto, em 1934, como “o melhor café do império”. Em 1917 e 1918, o café do Fogo conquistou os primeiros prémios numa exposição agrícola realizada na Cidade da Praia, além de ter tido uma participação na grande exposição da Índia Portuguesa, em 1954. JR Inforpress/Fim

Comments are now closed for this entry