19 Março 2024

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Ilha do Fogo: Erupção vulcânica sem impacto “à primeira vista” sobre espécies endémicas

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Actualizado a 19/03/2015, 18:21 São Filipe, 21 Mar (Inforpress) - A erupção vulcânica de 23 de Novembro de 2014 não teve, “à vista desarmada”, impacto negativo sobre as espécies endémicas existentes no território coberto pelo Parque Natural do Fogo (PNF), área protegida, conforme o coordenador Alexandre Rodrigues. Mas para determinar com rigor os eventuais impactos da última erupção, a coordenação do PNF, em parceria com uma equipa especializada da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), realizada na primeira semana de Maio, e durante 15 dias, uma “análise mais aprofundada” dos impactos induzidos na fauna e flora. Alexandre Rodrigues disse que inicialmente temia que as cinzas vulcânicas tivessem afectado as espécies protegidas, o que não teria acontecido pela análise empírica, anotando que pelos dados históricos ocorreram um total de 28 erupções com registos desde 1500. Aquando do povoamento de Chã, há sensivelmente 100 anos, a Caldeira estava coberta de espécies com algumas dimensões o que demonstra que os efeitos da erupção, de uma forma geral, não afectam as espécies endémicas. No território do PNF estão concentradas 120 espécies diferentes, das quais 31 são endémicas de Cabo Verde e cinco espécies do endemismo da ilha do Fogo, anotou o coordenador do Parque Natural do Fogo, apontando que a destruição das espécies “é reduzida” já que nos sítios cobertos pelas lavas “não havia abundante concentração” de espécies endémicas, mas sim de concentração de espécies agrícolas. Numa altura em que se celebra o Dia Mundial da Árvore, Alexandre Rodrigues avançou que os cerca de 60 hectares de florestas que foram consumidas pelo incêndio de 2011 foram reflorestados. Quanto a comemoração do Dia Mundial da Árvore, disse que algumas actividades simbólicas estão a ser programadas em parceria com a delegação do Ministério do Desenvolvimento Rural e com algumas comunidades educativas, através da realização de palestras e plantação simbólica de algumas árvores nas proximidades de escola, como fruteiras e moringa. Segundo o responsável, a época não é a mais propícia para realização de campanha de fixação de plantas, devido ao “grande intervalo” com a época das chuvas, sendo que a experiencia dos anos anteriores demonstra que a maior parte das árvores afixadas não sobrevivem. Alexandre Rodrigues disse que a equipa da Universidade de Cabo Verde, além de efectuar os estudos de avaliação do impacto da última erupção vulcânica na flora e fauna, vai também realizar trabalhos na área de geologia. Neste particular o estudo visa a caracterização do parque, identificação dos geosítios, produção de material de interpretação para a preparação da candidatura do Parque Natural do Fogo a geoparque da Unesco. JR Inforpress/Fim

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