19 Março 2024

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Famílias regressam a Chã das Caldeiras

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Chã das Caldeiras é uma das regiões mais férteis de Cabo Verde. Agora é época de podar as árvores frutíferas pelo que os moradores retirados da região durante a erupção vulcânica estão a regressar, respondendo ao “chamamento da terra”. David Monteiro, presidente da Associação dos viticultores de Chã, é um dos que voltou à região, depois de recolocar as portas e janelas da sua habitação. Quer proteger e trabalhar na sua propriedade. A guineense Indei Djedjo conta que ela, o marido e os quatro filhos foram evacuados de Boca Fonti para Achada Furna quando se deu a erupção vulcânica. Mas antes mesmo de ser declarado oficialmente o fim do fenómeno, retornaram para cuidar dos animais e do terreno sob sua responsabilidade. “Não voltamos definitivamente porque os nossos filhos vão à escola em Achada Furna”, diz Indei. Dulce Fontes, proprietário de grandes parcelas de terrenos agrícolas em Boca Fonti, viu a última erupção destruir-lhe a casa e centenas de “plantas” frutíferas. Apesar disso está de volta. Sob as suas ordens trabalham neste momento várias pessoas na poda das árvores. “Não tenho condições para me deslocar todos os dias à Cova Figueira, onde tenho casa. Por isso montei esta barraca. Mas o meu plano é construir uma casa aqui, ainda este ano”, diz Dulce Fontes. Em Portela, mais de dez casas poupadas pelas lavas já ostentam portas e janelas. David Montrond, técnico na área de produção de vinho e dono de uma habitação com fins turísticos, já limpou e realizou obras nas partes da casa afectadas pela erupção vulcânica. “Uma pequena parte da casa foi invadida pelas lavas mas vou deixar assim como está”, afirma Montrond, para quem as marcas da erupção são mais um motivo de atracção de turistas. Para este operador, a recuperação das casas e o regresso de algumas pessoas são um sinal de que os moradores querem continuar a residir e trabalhar em Chã das Caldeiras. As gentes de Chã já deram o mote, estão decididos a voltar ao seu chão. Falta agora as autoridades nacionais decidirem qual será o futuro da região. Mais de 500 toneladas de donativos Mais de 500 toneladas de donativos destinados às vítimas da erupção vulcânica já passaram pelo Porto de Vale dos Cavaleiros, na ilha do Fogo. Todos foram isentos da cobrança de utilização dos equipamentos, atracação e outros serviços prestados pela Enapor. O delegado da empresa que gere os portos de Cabo Verde, Artur Cardoso, explica que se os donativos tivessem sido taxados a empresa teria amealhado cerca de dois mil contos. Só a embarcação que veio de Angola chegou carregada com mais de 400 toneladas de carga. Também chegaram donativos em menor quantidade nos navios Kriola e Boavista. Espera-se ainda a vinda de Angola de um outro navio com mais materiais de construção. Nicolau Centeio

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