19 Março 2024

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Erupção Vulcânica: Há um exagero na gestão militarizada de afastar as pessoas de Chã – Eugénio Veiga

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Actualizado a 08/12/2014, 13:16 São Filipe, 08 Dez (Inforpress) – O ex-presidente da Câmara Municipal de São Filipe, Eugénio Veiga, que coordenou o processo da erupção vulcânica de 1995, considerou que há um “exagero na gestão militarizada em afastar as pessoas” de Chã das Caldeiras.   Para o ex-autarca, o perigo acontece na altura das explosões, mas em relação ao percurso das lavas, mesmo estando em grande velocidade, “não constituem perigo” para as pessoas que podem “conviver pacificamente sem quaisquer perigos”. “Em vez de uma gestão militarizada, a ilha do Fogo precisa neste momento de uma ligação marítima diária, na ausência de ligação área, transportando turistas que de forma organizada podiam deslocar-se à Chã para acompanhar a erupção, e cujas receitas seriam destinadas às vítimas da própria erupção”, disse o ex-autarca. Eugénio Veiga, que já efectuou várias visitas aos centros de acolhimento, sendo a última na noite de domingo, disse ter anotado uma “desorganização nos centros de Monte Grande e de Achada Furna”, indicando que há necessidade de “reforço da solidariedade” porque nesses centros há uma “racionalização na própria alimentação” da população deslocada. Em relação à erupção em curso, o ex-autarca disse que a de 1995 era mais explosivo, mas que a de 23 de Novembro é mais devastadora, tendo em conta as áreas já consumidas e a possibilidade da sua deslocação para o município dos Mosteiros. “Os danos materiais são muito maiores e podem ter consequências a nível da ilha”, disse o ex-presidente da autarquia de São Filipe, indicando que a erupção de 1995 veio criar uma “perspectiva económica” para Chã das Caldeiras com o surgimento de várias iniciativas, enquanto esta veio a “destruir essa perspectiva” por não ter deixado espaço para edificação de novos espaços económicos. Mesmo a nível de turismo, salientou, só com “muito esforço e recursos económicos” será possível criar condições para que turistas possam visitar Chã das Caldeiras no futuro. Para o ex-autarca, que é originário da localidade de Relva, situada no sopé do vulcão, se a erupção continuar como a de 1995 e mantendo o ritmo de emissão de lavas pode sair para os Mosteiros e as consequências seriam “muito mais desastrosas”. Tendo em conta a experiência acumulada com a erupção de 1995, Eugénio Veiga afirmou que se houvesse uma intervenção humana e com recursos a equipamentos pesados para criar desnível, o percurso das lavas podia ser desviada para Boca Fonte e o impacto sobre Portela e Bangaeira seria “possivelmente menor”. Segundo o mesmo, o impacto da erupção não se limitou a Chã das Caldeiras e regista “consequências gravíssimas” no sector pecuário em virtude das cinzas e areias vulcânicas que atingiram as zonas entre Achada Furna e Cabeça do Monte, com “forte concentração” de gado, provocando inclusive mortes aos animais. JR Inforpress/Fim  

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